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Eles não se importam com a gente


O planeta Terra amanheceu hoje mais triste, mas, como disse minha irmã Paula, em compensação, o céu amanheceu mais feliz. Tudo por causa da partida inesperada ontem do cantor e compositor, ou como queiram, do rei do pop, Michael Jackson. A notícia, que chegou através do Jornal da Band e confirmada dez minutos depois pelo Twitter, deixou-me, como a maioria dos fãs, com um sentimento enorme de perda.  Eu fiquei órfã um pouco da criatividade do pop star, da sua dança incomparável, das mensagens de esperança das suas canções e da sua melodia harmônica.

Não estive presente na sua passagem por Salvador, por motivo de trabalho, mas lembrou-me muito bem como os baianos o acolheram bem na ladeira do Pelourinho. A gravação do clipe They don't care about us (Eles não se importam com a gente) correu sem nenhum transtorno, deixando Michael saracotear, fazer coreografias, imitar as batidas dos tambores, flertar com um policial militar na sua dança pop, enfim, encantar os baianos que o viam apenas pela televisão. Assim como eu, meus conterrâneos nunca tiveram o prazer de assistir a um show do astro, mas todos nós o acompanhamos através dos clipes, da sua música. Só esquecemos de seguir a sua mensagem: Eles não se importam com a gente.

Agora, fico ouvindo a sua mensagem que parece cada vez mais profética: “Procure-me/ Emocione-me/ Você nunca vai me matar.” É Michael, você partiu, mas não está morto, porque seu legado musical vai permanecer vivo em nossas lembranças e perpetuado para as próximas gerações te procurarem e se emocionarem.

Basta lembrar os escândalos que se sucedem no Senado Federal, na Petrobras, nos governos estaduais e nas prefeituras, para sentir que os versos desta música são cada vez mais atuais: “Estou cansado de ser vítima da vergonha/ Eles estão acabando com minha reputação/ Não acredito que essa é a terra de onde vim/ Você sabe que eu na verdade odeio falar isso/ O governo não quer enxergar/ Algumas coisas eles não querem enxergar na vida/ Mas se o Martin Luther estivesse vivo/ Ele não deixaria isso acontecer, não/ Estou aqui para te lembrar.” Vamos lembrar sempre, Michael, que eles não se importam com a gente.


Salvador, 26 de junho de 2009

Ana Celia Guedes


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