VIVER, AMAR, VALEU
- acg747top

- 22 de set.
- 2 min de leitura
Ontem, eu voltei a assistir ao filme "Comer, Rezar e Amar", estrelado por Julia Roberts. Ela conta a história de uma bem-sucedida escritora, mas que fracassa nos relacionamentos amorosos. Ela resolve viajar para uma jornada de descoberta. Escolhe três lugares: a Itália, a Índia e Bali.
Inicialmente, vai para a Itália, onde aprende que falar o idioma local não é apenas saber as palavras, mas também gesticular bastante. A personagem principal do filme, chamada Liz, conhece e convive com uma tradicional família italiana, onde a fartura e a riqueza da gastronomia predomina,
Viajando pelo filme, eu associei a Itália e os italianos a Salvador e os soteropolitanos. Isso me fez lembrar dos meus conterrâneos, que assim como os italianos, falam alto, são alegres e gesticulam bastante. Também os baianos têm uma rica gastronomia, resultando em sabores únicos e com uma forte identidade cultural ligada a rituais e tradições.
Pensei também que, se fosse conhecer Roma, queria conhecer a Fonte dos Desejos, a famosa Fontana di Trevi, onde as pessoas jogam moedas para poderem retornar à capital italiana. Em Salvador, temos um lugar parecido, as grades da Igreja do Senhor do Bonfim, onde as pessoas amarram fitinhas coloridas e fazem também pedidos.
Quando a personagem Liz chega à Índia. Aquele caos todo me fez lembrar da Feira de São Joaquim, na capital baiana. Ela é a maior feira livre da cidade, forma um grande labirinto de experiências gastronômicas, sonoras e culturais. Tem muitas cores, seja de gente ou de produtos, a profusão salta aos olhos e aos sentidos. Na feira, se pode tocar, sentir e até experimentar os produtos, sempre com um sorriso de que vende. É gente real que mostra a autenticidade dos baianos, assim como ocorre na Índia.
Na Índia, eu queria conhecer o Taj Mahal. Ele não é mostrado no filme, mas é um suntuoso mausoléu que foi construído por um imperador mongol em memória de sua esposa favorita. Em Salvador, tem-se o mausoléu da família do Barão de Cajaíbas, no Cemitério Campo Santo. Ele não tem a beleza do palácio indiano, mas foi construído em mármore de Carrara em homenagem ao filho do Barão.
Neste país, a redescoberta e as reflexões de Liz ao lembrar de seus relacionamentos amorosos, onde demonstra medo de abandono por aquilo que nos causa sofrimento, pois nos acostumamos com a dor. Fez-me pensar que é quase impossível viver uma vida sem ruínas e sem mudanças. E assim como ela, acredito que Deus está em todas as coisas, inclusive dentro de nós.
Finalmente, Liz chega a seu último destino. Bali que tem belíssimas praias assim como Salvador. Eu espero, assim como Liz, que ao circular por minha cidade natal, a Roma Negra como diz Caetano Veloso, eu possa encontrar a energia necessária para fazer a transmutação e recuperar o equilíbrio. O equilíbrio entre a razão e a emoção fundamental em qualquer ser humano. E saber que amar é uma das experiências mais ricas que uma pessoa pode desfrutar. Sem amor, não existe vida.


Comentários